
Com os olhos pesados de sono,
Fico a me perguntar:
Será que nesse mundo há alguém capaz de me amar,
Senão você?
Vejo a chuva caindo,
E levando com ela uma parte do que sou;
Uma parte do que já fui;
Uma parte do que iria ser.
Não sinto falta do amor que me falta,
Não sinto mais o calor de um corpo gelado.
Não sinto mais o frio das tuas mãos gélidas
Ao afagar meu corpo.
Parece que estou anestesiado,
Dopado, drogado!
Minhas mãos reproduzem um efeito de câmera lenta
Diante dos meus olhos vermelhos
Por essa falta inesperada de sono.
Tenho fome de alimento;
Tenho fome de calor;
Tenho fome de álcool no meu sangue.
Sou completamente imperfeito
Com a perfeição da vida que levo.
Ah!
Desejaria sentir de novo o seu doce cheiro.
Esse cheiro que me inebria tanto,
Ao ponto de me sentir dopado.
Esse cheiro que me deixa perdido no tempo:
Um tempo sem início, meio ou fim.
Um tempo que me transporta ao passado:
O passado medieval que tivemos!
Lembro dos dragões que já matei em seu nome;
Lembro das vidas que já tirei para ter-te comigo.
Com os olhos pesados de sono,
Fico a me perguntar:
Será que um dia irei acordar desse terrível sonho,
Que só me mantêm longe de você?
Júlio Romão Barbosa Neto
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