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Cuidado Com O Que Deseja – O Conto do Homem Sem Rosto


Lá ia ela, andando por uma rua deserta, sem nada saber. Há pouco, brigara com o namorado e estava chorando muito. Queria poder fazer algo; queria vingar-se dele a todo custo. Ela não o iria perdoar por traí-la. Pensava em atrocidades. Queria provocar uma dor na alma dele, que ele jamais esqueceria.
Estava passando próximo a um beco escuro, quando sentiu que alguém a seguia. Não quis parar para ver quem era, mas sabia que alguém estava lá. Resolveu reduzir as passadas para que se fosse um homem, ela pudesse finalmente se vingar de seu namorado. Na queria nem saber quem era, ou o que ele faria com ela, só queria transar e passar na cara de seu namorado traidor.
Parou para ajeitar a blusa, e subitamente sentiu-se agarrada pela cintura. Era isso mesmo que queria. Não ofereceu resistência alguma, apenas virou e começou a ceder aos toques agressivos da pessoa. Estava escuro e ela não podia ver o rosto do tal homem. Sentia o pênis dele enrijecer com uma velocidade assustadora e percebia o quão grande ele era.
Não se importou. Apenas cedeu àquela entrega. Sentiu sua blusa sendo rasgada e seu sutiã ser aberto. Aberto não, arrancado. Ela estava gostando daquilo. Nunca ninguém foi tão agressivo com ela na hora do sexo. Ela gemia toda vez que sentia a língua dele passando em seu pescoço.
Pôs a mão para trás e começou a acariciar o pênis de seu agressor. Como ele era grande e duro. Virou-se e caiu de boca nele. Chupou como um bebê chupa o bico de uma mamadeira. Sugou até sentir os cabelos puxados para cima. Foi obrigada a ficar de quatro. Ficou com todo o gosto. Sentiu aquele pênis penetrando-a até o final.
Depois de alguns minutos, gozou como nunca havia gozado na vida. Estava satisfeita com aquilo. Queria poder ver a cara de seu namorado, se ele a tivesse visto sendo tratada como uma qualquer. Ela já se virava para ver o rosto do homem que havia proporcionado tanto prazer a ela, quando percebeu que estava sozinha. Havia apenas um bilhete junto de seu sutiã.
Foi para casa com um sorriso de orelha a orelha. Chegou, tomou um banho, enxugo-se e foi se deitar. Viu o bilhete e o leu:

“Cuidado com o que você deseja. Hoje foi só a primeira. Nos seus sonhos, virei e te farei sofrer como uma escrava sexual.

Assinado,
O pai das trevas,
O sem rosto!”

O que era aquilo? Quem estava pregando essa peça nela? Quem era aquele homem com quem havia transado na rua? Afastou tudo isso da cabeça e foi dormir. Em seus sonhos, ela estava numa espécie de casa sado masoquista. Estava amarrada, vulnerável, sozinha e amordaçada.
Sentiu uma chicotada em sua bunda. Gemeu. Sentiu coisas frias se aproximando de seu ânus e sua vagina. Tentou se contorcer para fugir, mas era inútil. Queria gritar por ajuda, mas estava amordaçada.
Foi violentada, escravizada, açoitada. Tudo que ela não queria fazer fez. No fim de tudo, quando estava com a cabeça baixa, quase desmaiando devido à exaustão, conseguiu levantar o olhar e ver três homens sem rosto na sua frente.
Acordou desorientada e ainda com as marcas da violência em seu corpo. Começou a chorar. Encontrou outro bilhete em seu criado mudo. Teve até medo de ler. Mas por impulso, pegou o bilhete e leu:

“Não se preocupe! Você não queria fazer seu namorado sofrer como nunca? Este é o meu presente para você. Vai lá e mostre tudo a ele.

Assinado,
O pai das trevas,
O sem rosto!”

Ela caiu em profundo desespero. Chorou por horas, até resolver ligar para seu namorado. Pediu para que ele a viesse ver. Quando ele chegou, contou-lhe toda a história desde a hora que saiu da casa dele. Contou como encontrou o homem na rua, como fez sexo com ele, como ficou quando leu o primeiro bilhete. Contou-lhe do sonho e do segundo bilhete.
Ele apenas riu e disse que ela estava ficando louca. Contou a ela que eles não haviam brigado e que ele a tinha deixado em casa de carro. Foi embora apenas por que estava cansado e tinha que trabalhar bem cedo no outro dia. Depois de ouvir tudo, ela apenas mostrou as marcas em seu corpo. Ele riu novamente. Disse que aquelas marcas foram provocadas pelo acidente que tiveram de moto há uma semana.
Ela ficou em choque. O que era verdade e o que era mentira ali? Ela ainda se sentia ardida e com os órgãos sexuais queimando como fogueira. Pediu para que ele ficasse ali, e dormisse com ela. Ele ficou. Pela manhã, foi trabalhar e aproveitou a carona dele. Precisava esquecer o episódio da noite passada.
Ao chegar na sua mesa de trabalho, viu outro bilhete. Pegou-o e o leu:

“Seu namorado está achando que você está louca? As histórias que você viveu não fazem sentido? Só posso te dizer que tudo isso vai ficar pior. Você vai desejar morrer no final de tudo.

Assinado,
O pai das trevas,
O sem rosto!”

Que tipo de brincadeira doentia era aquela? Será que ela realmente estava ficando louca? Decidiu marcar uma hora com um psiquiatra para saber o que estava ocorrendo. Passaram-se alguns dias e ela descobriu que, segundo seu psiquiatra, ela estava sofrendo de esquizofrenia.
Mas por que logo ela? Tinha toda a ciência do que havia acontecido e sabia que tudo foi real. Durante algumas semanas depois do diagnóstico, não teve aqueles pesadelos terríveis. Estava quase convencida de que estava bem. Até que um dia, tudo voltou à tona novamente.
Começou a sonhar com o homem sem rosto de novo. Recebia seus bilhetes. No último que recebeu estava escrito:

“Hoje vou ter meu Gran Finalle. Prepare-se para mais uma noite de violência sexual, psicológica e física. Hoje vai ser o dia em que sentirei prazer em te ver morrendo. Só existe uma maneira disso não ocorrer: você estando morta. Mas como está viva, será a melhor noite de toda a sua existência.

Assinado,
O pai das trevas,
O sem rosto!”

Após ler isso, pegou seu carro e saiu em disparada para um cemitério. Lá chegando, procurou a capela e se ajoelhou diante da imagem de um cristo que ela sempre julgou derrotado. Passou algumas horas lá. Rezou, pediu perdão, chorou...
Até que resolveu sair de lá, ainda com a cabeça pesando uma tonelada, e foi para casa. Lá chegando, amarrou uma corda na parte mais alta do teto, procurou a faca mais afiada de sua cozinha e pegou vários remédios e um pouco de veneno de rato.
Foi para sua escrivaninha, deixou um bilhete com os seguintes dizeres:

“Ninguém fará de mim, escrava sexual. Saí desse mundo por culpa de homem sem rosto que me perseguia. Fui taxada de louca. Mas agora, na minha mais perfeita consciência, deixo esse mundo para que aquele homem sem rosto não me persiga mais. Peço perdão ao meu namorado e à toda a minha família. Nunca quis fazer vocês sofrerem.

Assinado,
Georgiana,
A esperta!”

Feito isso, ela pegou os remédios e tomou-os junto com o veneno. Passou a faca nos pulsos e colocou o pescoço na corda que pendia do teto. Após cinco minutos, estava estática. Nunca se soube o que a matou primeiro. E ela, viu apenas as coisas se apagarem. Achou que iria permanecer assim muito tempo. Mas assim que abriu seus olhos, descobriu que estava numa sala sado masoquista, igual a do seu sonho.
Aquilo só podia ser brincadeira. Ela sabia que estava morta. De repente, viu novamente os homens sem rosto. O que eles queriam dela?
O mais corpulento se aproximou dela e disse:

- Você achou que se matando, iria escapar de mim? Agora eu posso manter você aqui para sempre. Vais ser nossa escrava sexual, e agora não pode fazer mais nada em relação a isso.

Ela caiu em desespero e só depois que estava sendo penetrada por todos os seus orifícios, se deu conta que estava no inferno e que naquela noite em que sonhou com o mesmo local, também estava nele. Se deu conta também que desde que topou com o homem estranho na rua, estava fazendo sexo com o diabo em carne e osso. Percebeu também como ele manipulou todos, para que não acreditassem nela, pois ele queria que ela se suicidasse.
Enfim, ele havia conseguido o que queria: ela estava ali, sem nada poder fazer e desacreditando mais ainda de Deus. No fim da primeira rodada de violência contra ela, apenas desejou morrer novamente, e amaldiçoou Deus pelo que estava acontecendo com ela.
Depois de alguns anos, já estava acostumada com aquilo. Mas queria ao menos uma vez voltar a sua vida antiga. Agora era tarde para ela. Apenas desejou nunca ter conhecido aquele homem sem rosto, que a cada dia que se passava, chegava com mais uma vítima...